Publicado em 08/08/2016 13h43

Polo investiga se cheiro forte em Dias D'Ávila é vazamento de substância: 'Achei que ia desmaiar'

O odor atingiu a maioria dos bairros e está causando mal-estar em adultos e crianças

Um cheiro forte está assustando a população de Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, desde a noite desta quarta-feira (3). Segundo os moradores da cidade, o odor atingiu a maioria dos bairros e está causando mal-estar em adultos e crianças. Ainda de acordo com os moradores, o cheiro parece amônia.

"Por volta das 20h começamos a sentir um forte cheiro na cidade. Várias pessoas de diversos bairros fizeram queixas através do Whatsapp e do Facebook. Tenho filho e estou preocupada. Imagino crianças e idosos como estão se sentindo. Pois o cheiro é de fato forte. Até agora não temos noção do que está acontecendo. Nenhuma resposta das autoridades", denunciou a moradora Mariana Burgues, ao CORREIO.

Segundo o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) as notificações da população começaram a chegar por volta das 17h30, no grupo de Whatsapp do Núcleo de Defesa Comunitária (Nudec) - que reúne representantes dos município de Camaçari e D'Ávila - relatando cheiro forte e intenso de gás em vários bairros.

Ainda ontem, a Empresa de Proteção Ambiental do Polo Industrial, Cetrel, foi acionada para verificar o sistema de monitoramento da qualidade do ar e enviar equipes técnicas nos bairros de onde partiram as reclamações. De acordo com o Cofic, a presença do cheiro forte foi confirmada, mas não havia identificação da substância responsável pelo odor.

"O Confic solicitou as empresas do Polo para ver se houve anormalidades nas atividades. Recebemos ainda ontem a informação de que não havia erros operacionais. Hoje pela manhã soubemos que o cheiro continua em alguns locais e que em outros bairros já dissipou. O Cofic solicitou mais uma vez, que as empresas mantivessem o monitoramento e ampliassem e escopo das operações, para ver outros sistemas que poderiam estar relacionados com esse cheiro", explicou Érico Oliveira, assessor de comunicação do Cofic.

Ainda de acordo com o Comitê, houve uma reunião às 8h com representantes técnicos de todas as empresas para alinhar a investigação. "Em paralelo, solicitamos apoio da Secretaria de Desenvolvimento de Dias D'Ávila, que está acompanhando o assunto, para ajudar no monitoramento, pois, por mais remota que seja, este cheiro pode ser proveniente de alguma fonte local. O importante é a identificação da real causa desse odor", concluiu.

"Achei que ia desmaiar"
Moradora do bairro Urbis há um ano e meio, a estudante Margareth Santos, 45 anos, precisou isolar sua casa com panos, além de usar máscaras e toalhas molhadas no rosto para se livrar do susposto cheiro de amônia. "Pensei que fosse metanol, era um cheiro tão forte que a sensação era de que eu ia desmaiar", disse. Segundo Margareth, o odor começou por volta de 18h e até 1h era inviável abrir as janelas de casa.

Margareth contou ainda que o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) orientou os moradores a ligar ventiladores e ar condicionados para amenizar o efeito. "Eu fiz, mas continuei com meus olhos ardendo e meus cachorros vomitaram muito", pontuou. A estudante acredita que o cheiro seja de uma espécie de gás liberado pelo polo industrial de Camaçari.

Ainda segundo Margareth, o Inema deu respostas evasivas e disse que havia colhido amostras de ar para avaliar e concluir as causas do problema. O CORREIO entrou em contato com o Inema e o órgão informou que vai se pronunciar por meio de nota.

O bairro Urbis fica a cerca de dez minutos do polo. "É uma distância mínima, então aqui a gente sofreu muito", relatou. Na manhã de hoje, Margareth disse que continua com os olhos vermelhos. Além do bairro dela, há relatos de moradores de outras regiões como Bosque, Genaro, Parque Satélite e centro da cidade. 

Autoria: Correio 24 horas

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