Se o final for feliz, é capaz de virar enredo daqui a alguns anos. Neste sábado, às 17h30 (de Brasília), a seleção olímpica do Brasil entra em campo para enfrentar a Alemanha na decisão da medalha de ouro do futebol masculino. O acaso colocou dois dos maiores traumas futebolísticos do país juntos para que Neymar e cia., mesmo sem qualquer relação com fatos anteriores, possam amenizar as decepções recentes do torcedor. Contra qualquer Maracanazo ou 7 a 1, o time joga para fazer história. A TV Globo, o SporTV, o GloboEsporte.com e as rádios Globo e CBN transmitem a partida ao vivo.
A seleção e os sambas
"Gbala", o samba da Vila Isabel de 1993, contava como o mundo recomeçava, de acordo com a mitologia africana - um momento de transição simbolizado pela saída de Dunga e a entrada de Micale no comando da seleção olímpica. Com o início da Olimpíada, uma verdadeira festa da raça, como a Kizomba de 1988, a seleção teve dificuldades. Primeiro, perdeu Prass, mas viu o acreano Weverton repetir o Salgueiro de 1993, pegar um Ita no Norte e chegar para a maior missão da vida no Rio de Janeiro.
Com a bola rolando, o começo foi difícil: dois empates sem gols com os modestos África do Sul e Iraque. Começaram as dúvidas, e o "Amanhã" cantado pela União da Ilha em 1978 era também um mistério para o Brasil. Mas, na Bahia, as coisas mudaram: assim como Agotime, a rainha de Daomé homenageada pela Beija-Flor em 2001, a seleção encontrou seu rumo em Salvador com a goleada sobre a Dinamarca.
Nas quartas de final, a Arena Corinthians era casa para muitos jogadores - especialmente Renato Augusto. Exemplar contra a Colômbia, ele se multiplicou em campo, ajudou os companheiros mais jovens a se acalmar... Poderia ouvir "Se todos fossem iguais a você" de Micale, como a Mangueira cantou em 1992 para Tom Jobim.
No Rio de Janeiro de sol, samba e Maracanã, uma quarta-feira virou o "Domingo" cantado pela Ilha em 1977. Neymar virou o protagonista do samba de 1982 da agremiação insulana e virou o dono da festa na goleada sobre Honduras, garantindo a passagem para a final.
Que a seleção olímpica entre em campo embalada pelos versos imortalizados na Sapucaí. E que este sábado, que pode ser histórico para o futebol brasileiro, seja o dia da alegria - e a tristeza nem pense em chegar. Sonhar não custa nada, já cantou a Mocidade em 1992.
Ficha técnica:
BRASIL: Weverton, Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace e Renato Augusto; Gabriel, Luan e Gabriel Jesus; Neymar. Técnico: Rogério Micale
ALEMANHA: Horn, Klostermann, Süle, Ginter e Toljan; Sven Bender, Lars Bender e Meyer; Brandt, Selke e Gnabry. Técnico: Horst Hrubesch
Data: 20/8/2016 Horário: 17h30 (de Brasília) Local: Maracanã, Rio de Janeiro Árbitro: Alireza Faghani (IRN)) Assistentes: Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri (IRN) Transmissão:a TV Globo, o SporTV e o GloboEsporte.com acompanham ao vivo; o site também terá o Tempo Real.
Autoria: G1