A circulação de dois carros suspeitos tem assustado a família dos gêmeos Cézar Sílvio e Sílvio Cézar Carvalho Santos, 45 anos, assassinados a tiros na Baixa do Tubo, no bairro de Cosme de Farias, na última quarta-feira. “Tememos que, a qualquer momento, sejamos os próximos assassinados”, disse um dos parentes, que preferiu não se identificar.
À esquerda, Silvio Cezar Carvalho Santos; À direita Cezar Silvio Carvalho Santos |
De acordo com ele, uma picape Amarok prata tem circulado na rua onde ele mora desde o final de semana. “A placa do carro é de Camaçari e tem rondado a minha porta várias vezes. Os vizinhos já viram e também estão assustados”, contou.
Outra picape, uma L200 Triton preta, com placa de São Sebastião do Passé, também foi vista circulando - os endereços não foram divulgados por segurança. O familiar percebeu o carro quando estava saindo de casa, na tarde de ontem. A família estuda entrar para o Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas, mas ainda não procurou a secretaria responsável pelo programa.
Parentes ainda disseram que, depois que a polícia prendeu, na última sexta-feira, cinco ciganos suspeitos de participação na morte dos gêmeos, os ciganos comentaram sobre vingança. “Eles disseram que tiveram muito prejuízo por causa das apreensões das armas e munições e que isso não ia ficar assim”, afirmou.
Foram apreendidos 12 armas, cartuchos, munições e R$ 16 mil em dinheiro durante a operação policial que resultou nas prisões de Djalma Alves Lemos, 56; o sobrinho dele, Jairo Cerqueira, 35; Lenival dos Santos Gama, 62; e os filhos Genivaldo, 42, e Iran, 29. A polícia encontrou armas ainda na casa de um sexto cigano, que ainda não foi localizado.
No último sábado, os cinco tiveram a prisão preventiva decretada. A Justiça também decretou a prisão preventiva de Gilmar Ferraz Almeida, acusado de participação nas mortes de mais três parentes dos gêmeos: Nilda Maria Fiuza e os jovens David Doares Santos e Uanderfon Alves dos Santos, em agosto de 2014.
Gilmar é irmão do cigano Jair Ferraz de Almeida, morto em 2014 pelo irmão dos gêmeos, o comerciante Jailton Carvalho dos Santos, que está preso. O medo também tomou conta da Rua Paraipaba, na Baixa do Tubo, local onde os dois irmãos foram executados – dois homens armados chegaram em uma motocicleta e atiraram em direção às vítimas.
O advogado Sílvio Cézar morreu no local e o cinegrafista Cézar Sílvio chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O CORREIO esteve ontem no local e constatou que familiares dos gêmeos não estavam em casa. Vizinhos disseram que o imóvel ficou trancado ontem. Segundo moradores, a rotina na rua mudou após o crime e, à noite, a tensão é maior. “Qualquer carro suspeito já assusta”, disse uma moradora.
Autoria: Visão Diária