Publicado em 08/08/2022 10h03

Ifood é acusado de fraudar documento para não pagar entregador baleado em Salvador

Empresa inseriu em processo planilha que indica cancelamento da entrega; aplicativo do próprio iFood aponta o contrário

Ifood é acusado de fraudar documento para não pagar entregador baleado em Salvador

O iFood teria adulterado um documento do processo de Yuri de Jesus Monteiro, 24, entregador que teria sido baleado enquanto trabalhava com a empresa, em Salvador. É o que denuncia Vitor Filgueiras, professor de Economia na Ufba e coordenador do projeto Caminhos do Trabalho.

De acordo com Filgueiras, a empresa recusa-se a ter obrigações trabalhistas com o entregador. Para tentar driblar a Justiça, que não só reconheceu o vínculo como já determinou que a empresa deve pagar o valor de um salário para Yuri até que ele consiga o auxílio-acidente, uma nova planilha foi inserida no processo.

Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (8), Filgueiras mostra uma planilha usada pelo iFood para tentar indicar, na ação que contesta a última determinação feita pela Justiça, que Yuri não estava trabalhando no momento em que foi atingido pelo tiro. A última decisão antecipou a tutela, o que significa que o iFood tem que pagar o valor determinado a Yuri enquanto o processo corre. A empresa recorreu e perdeu. A nova ação contesta esta perda.

A planilha aponta que a entrega realizada quando o entregador foi baleado havia sido cancelada. “A última entrega se deu às 19h48 e o Reclamante só veio a ser vitimado às 22h36, ao que tudo indica este não faria jus ao pagamento do prêmio da seguradora”, argumenta a o iFood.

O próprio aplicativo da empresa, porém, mostra o contrário. A plataforma confirma que a entrega foi realizada e marcada como entregue às 22h26, minutos antes de Yuri ser baleado.

“A nossa equipe tem que se manifestar e, na análise, descobriu essas pérolas. É muito surpreendente porque os documentos estão nos processos. O que fala do horário, tanto do acidente quanto da entrega, é da própria empresa. Então é uma coisa tosca. Ou criaram ou adulteraram essa planilha para dizer que ele não estava trabalhando”, declarou Filgueiras ao Metro1.

O documento foi analisado pelo projeto Caminhos do Trabalho, coordenado por Filgueiras. Uma parceria da UFBA com o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MP-BA), ele auxilia gratuitamente trabalhadores para dar atendimento médico e assessoria jurídica.

A assessoria do iFood foi contatada pelo Metro1, que aguarda um posicionamento.

Autoria: Metro 1

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