Em entrevista para a Rádio Metropole, nesta sexta-feira (20), o consultor político Thomas Traumann comentou sobre a falta de profissionalismo da polícia durante o 8 de janeiro e os episódios que antecederam os atos golpistas, como a tentativa de bomba no aeroporto de Brasília. “As polícias militares foram coniventes com movimentos antidemocráticos e isso é uma coisa que não só o governo Lula, mas a sociedade inteira, tem que enfrentar”, afirmou
Traumann também caracterizou o momento da política brasileira como de “violência” e disse que a situação só pode ser tratada, “se as polícias e o Exército estiverem fazendo o mínimo do seu trabalho, mas eles não estão”.
Para o analista, o contexto deixa dúvidas quanto à forma de atuação da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É saudável que tenha quem se oponha à gestão, mas o que precisamos ver agora é se vai ser uma oposição dentro do jogo ou uma oposição que acha que o 8 de janeiro foi só o começo de um tipo de política de ataque a instituições e terrorismo”, pontuou.
Quanto à terceira gestão de Lula, Traumann considera que o petista deve manter uma postura mais centralizadora durante os próximos quatro anos. O consultor político acredita que essa atitude se justifica não apenas por conta da prisão, em 2018, e do abandono político que aconteceu enquanto era julgado pelo ex-juiz Sergio Moro, mas também pela maturidade que adquiriu durante a vida política.
“Na superfície é o mesmo Lula, mas, no núcleo duro, o presidente tem um grupo menor de pessoas que ouve e com quem conversa. Agora temos um Lula muito mais velho e experiente”, disse.
Autoria: Metro 1