Publicado em 27/11/2024 09h38

Há 17 anos, Bahia se despedia de vítimas da tragédia da Fonte Nova

Tragédia que marcou o futebol brasileiro não teve nomes responsabilizados

Há 17 anos, Bahia se despedia de vítimas da tragédia da Fonte Nova

Foto: Reprodução

 

Há exatos 17 anos, a Bahia vivia o luto do dia seguinte à tragédia da Fonte Nova. Talvez o pior luto, quando a despedida é oficializada, a ficha começa a cair, a ausência passa a ser sentida e a imprensa relembra todos os detalhes a cada programação. Foi assim o 25 de novembro de 2007, dia em que foram enterradas as sete vítimas do acidente causado pelo buraco que se abriu no concreto da arquibancada, a 20 metros do chão.

O estádio de futebol é um lugar místico, talvez mágico, que deixa tudo de ruim do lado de fora e seleciona em suas catracas aqueles preocupados apenas em empurrar o time para fazer o gol. Um espaço que vai muito além do concreto visto nas arquibancadas de cimento e dilui as dores do cotidiano no grito conjunto da multidão. Essa paixão vista nas arquibancadas de maneira tão potente, em um jogo de acesso do Bahia para a série B, foi traída por uma estrutura condenada, pela falta de manutenção e negligência de quem deveria cuidar do espetáculo. Naquele 25 de novembro de 2007, para muitos torcedores tricolores, esse espaço mágico se transformou em um cenário de pesadelo. 

A data e o empate sem gols contra o Vila Nova ficaram marcados na história do Esporte Clube Bahia, infelizmente, não por uma conquista futebolística ao lado da sua irreverente torcida, que foi capaz de colocar mais de 60 mil pessoas dentro estádio Octávio Mangabeira, a antiga Fonte Nova, mas sim, por uma tragédia que deixou sete torcedores que compartilhavam dessa paixão, mortos: Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Jr. É um dia para não se esquecer. 

O dia que o chão desapareceu sob os pés de quem só queria clamar ao seu time o grito de “ninguém nos vence em vibração”. Vibração que foi sentida antes do concreto ceder e que, naquela noite, revelou a face mais cruel do futebol. Quando parte da arquibancada cedeu, o que se viu foi um clarão seguido do caos. Relatos de quem estava presente não mostram dúvidas de que tudo poderia ter sido pior, se o artilheiro Nonato tivesse marcado o pênalti a favor do Tricolor. 

A tragédia da Fonte Nova não foi apenas um acidente, ela foi sendo construída aos poucos, com cada reparo adiado e cada laudo ignorado. Foi resultado de anos de descaso, de uma estrutura condenada que deveria ter sido interditada. A paixão do torcedor foi traída pela negligência. Dezessete anos depois, apesar das denúncias do Ministério Público, ninguém foi responsabilizado. 

A reconstrução da Fonte Nova, seis anos depois, após a antiga estrutura ser implodida, trouxe um estádio moderno e seguro, sem a mesma essência, dizem os mais apaixonados. Mas algo não tinha mais como ser o mesmo: a memória de uma tragédia que poderia ter sido evitada.

Autoria: Metro 1

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